sábado, 19 de dezembro de 2015

Coronéis que integravam cúpula da PM do Rio são presos por desviarem dinheiro do fundo de saúde da corporação






   Ex-chefe do Estado-Maior, Ricardo Pacheco abriu investigações, mas foi preso como mentor do     bando
Foto: Levy Ribeiro / Agência O Dia



O Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública realizaram ontem operação para cumprir 21 mandados de prisão preventiva contra acusados de desviar dinheiro do Fundo de Saúde da Polícia Militar do Rio de Janeiro (Fuspom). Entre os acusados estão 12 oficiais da PM, incluindo três coronéis. Também foram cumpridos mandados contra 12 empresários e uma ex-funcionária civil da PM.

Segundo denúncias do Ministério Público, os policiais controlavam as licitações da PM para a compra de materiais e insumos de saúde.

De acordo com as investigações, eles recebiam propinas das empresas contratadas por licitações irregulares ou dispensa de licitação, em valores que chegavam a 10% do contrato.

Além disso, segundo o MP, os produtos adquiridos nesses processos fraudulentos não eram entregues ou eram entregues em quantidade inferior à contratada.

Em um dos casos, por exemplo, uma empresa foi contratada sem licitação específica para o fornecimento de 200 aparelhos de ar condicionado destinados aos hospitais Central da PM e da PM de Niterói, mas apenas 20 equipamentos foram entregues.

Uma dessas fraudes, de acordo com as investigações, aconteceu no Hospital da PM de Niterói, em Santa Rosa, na Zona Sul da cidade.

O MP acredita que o valor desviado tenha chegado a R$ 16 milhões. Além dos mandados de prisão, foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão, a maioria na Zona Oeste do Rio, incluindo condomínio de luxo na Barra da Tijuca.

Os acusados respondem pelos crimes de organização criminosa, dispensa de licitação, corrupção ativa, corrupção passiva e peculato. Os oficiais também vão responder, à Justiça Militar, por peculato e corrupção passiva.

Denúncia - As investigações se iniciaram após uma denúncia feita em 2014 pelo então diretor do HCPM, coronel médico Armando Porto Carrero, à secretária de Segurança, informando que havia descoberto uma fraude na aquisição do ácido peracético, utilizado para a limpeza de materiais hospitalares. O MP não informou o período em que teriam ocorrido as fraudes.

(Com ABr)

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