quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Viagens luxuosas, amizades suspeitas e guardanapos: os escândalos do governo Cabral




Os governos Sérgio Cabral foram marcados por escândalos. Especialmente seu segundo mandato. Em 2011, um grave acidente de helicóptero, que matou seis pessoas, entre elas a namorada de seu filho, Marco Antônio Cabral, e a esposa do empreiteiro Fernando Cavendish, expôs relações do ex-governador com empresários de construtoras. Seis dos sete ocupantes do helicóptero haviam deixado o Rio poucas horas antes em um jatinho emprestado pelo empresário Eike Batista.

No voo, estavam Cabral, o filho e Fernando Cavendish, dono da Delta. Na época, a empreiteira tinha contratos de R$ 1 bilhão com o Estado do Rio e participava do consórcio responsável pela reforma do Maracanã. O grupo estava na Bahia para comemorar o aniversário do dono da Delta. Após o episódio, Cabral tirou licença de uma semana.

Em 2012, os luxos e gastos pessoais de Sérgio Cabral foram expostos pelo também ex-governador Anthony Garotinho, preso nesta quarta-feira em operação da PF. O material levantou novas suspeitas sobre a intimidade entre Sérgio Cabral e Fernando Cavendish.
As imagens eram de uma viagem à França, feita em 2009, com direito a restaurantes caros, show da banda U2 e excesso de luxo. Em algumas fotografias, Cabral e Cavendish aparecem em momentos de descontração e há registros de secretários do Governo com guardanapos na cabeça.

O empreiteiro Fernando Cavendish e secretários do então governador Cabral, em Paris
O empreiteiro Fernando Cavendish e secretários do então governador Cabral, em Paris Foto: Reprodução
Segundo Garotinho divulgou, na época, as fotos teriam sido feitas na comemoração de aniversário da então primeira-dama do Rio, Adriana Ancelmo. No entanto, o Palácio Guanabara desmentiu a informação, afirmando que eles comemoravam uma condecoração recebida por Cabral. O ex-governador sempre negou que as relações pessoais com o então presidente da Delta tivessem influenciado no aumento de contratos da construtora.
Cabral e o dono da Delta Engenharia, Fernando Cavendish (à direita na foto), dançam na porta do Hotel Ritz, em Paris
Cabral e o dono da Delta Engenharia, Fernando Cavendish (à direita na foto), dançam na porta do Hotel Ritz, em Paris Foto: Blog do Garotinho
Logo após, no mesmo ano, veio à tona a relação de Cavendish com o contraventor Carlinhos Cachoeira, alvo de investigação por corrupção e envolvimento com o crime organizado, durante a Operação Monte Carlo e a CPI do Cachoeira. Sérgio Cabral, então, se afastou do amigo, colocando fim à amizade.

Um ano depois, em meio aos protestos, a revista "Veja" revelou que o governo gastava mensalmente R$ 312 mil para manter helicópteros que levavam a família do ex-governador, incluindo o cachorro de estimação, para viagens de fim de semana na casa de praia deles, em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio.

Em outubro deste ano, um novo escândalo envolvendo Sérgio Cabral surgiu. Em depoimento a agentes da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio e em Brasília, Cavendish confirmou ter comprado um anel de 220 mil euros - o equivalente a R$ 800 mil – para Adriana Ancelmo, mulher de Cabral.

A compra, segundo o empresário, foi feita em 2009, quando todos estavam em Mônaco, para comemorar o aniversário de Adriana. A joia, adquirida na filial da joalheria Van Cleef & Arpels, é de ouro branco e brilhantes e foi paga no cartão de crédito de Cavendish. Segundo o Jornal "O Globo", o anel é considerado por Cavendish "a peça mais simbólica do tipo de relação que Cabral estabeleceu com empreiteiros".

O empresário ainda afirmou ter dado um carro, modelo Ford Ranger ano 2007, ao então governador. O veículo, no entanto, não teria sido registrado em nome de Sérgio Cabral para evitar o vínculo.
Cavendish acrescentou em seus relatos à Polícia Federal que o anel foi devolvido depois que sua amizade com o governador chegou ao fim. O responsável pela devolução foi Paulo Fernando Magalhães Pinto, amigo e assessor de Cabral. O ex-governador confirmou o presente, mas disse desconhecer o valor. Quanto ao automóvel, o governador afirmou ter usado em algumas ocasiões, mas que o veículo pertencia a Paulo Fernando, em nome de quem está registrado.Fonte Jornal Extra



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