segunda-feira, 27 de junho de 2016

Campista é citada na reportagem do Fantástico em caso de receitas fraudadas

Uma moradora de Campos foi citada na reportagem do Fantástico, da Rede Globo, deste domingo (26) em um esquema de fraudes em um programa da Petrobras. Há 10 anos, a empresa tem um programa de benefício que paga ou embolsa o valor que os funcionários gastam com medicamentos. O programa beneficia 300 mil funcionários e tem um gasto mensal de mais de R$ 20 milhões.

Segundo a reportagem do Fantástico, o programa de benefício funcionava da seguinte maneira: o funcionário ia até a farmácia conveniada, apresentava a receita médica e o cartão de saúde da Petrobras. A farmácia encaminhava a conta a uma empresa contratada pela estatal para administrar o programa e o custo era repassado para a Petrobras. Pela regra o funcionário só deveria comprar remédio para si mesmo e para seus dependentes – que tinham número próprio do programa.

No ano passado, a Petrobras mudou o modelo do benefício e uma nova empresa assumiu a operação. Em pouco tempo, mais de 13 mil receitas fraudulentas foram identificadas. Eram notas em branco, sem data e sem nome do médico. Todas parecem fraudes pequenas, mas a estimativa é que juntas abrem um rombo e mais de R$ 6 milhões por mês. A empresa denunciou as fraudes para o Tribunal de Contas da União (TCU). O benefício é pessoal e intransferível. O nome da receita é o mesmo do cartão do programa.

Entre as receitas encontradas com irregularidades estão a da moradora de Campos. A beneficiária comprou um remédio para próstata. Ela é esposa de um funcionário da Petrobras e alegou que a compra foi feita pelo marido, que usa o medicamento. “Foi meu esposo que comprou, mas não sei que ele comprou no meu nome não. Tem alguma coisa errada aí. O meu esposo sempre comprou no nome dele”, justificou á reportagem do Fantásico.

Em outro caso, o mesmo número de beneficiário fez nove compras no dia 27 de julho do ano passado em quatro estados diferentes: na Bahia, RJ, SP e Sergipe. O nome do beneficiário do cartão é de uma aposentada que mora em Salvador e negou ter feito as compras. O TCU suspeita que o número dela tenha sido usado sem o conhecimento da aposentada.

No ano passado, quando recebeu as denúncias, o TCU determinou que a Petrobras interrompesse o programa. Agora, os beneficiários devem comprar os medicamentos e guardar as notas e quando o programa voltar, pedir o dinheiro de volta.  O TCU calcula que a Petrobras já deve R$ 200 milhões para os beneficiários.

Nesta semana, o TCU deve julgar se a Petrobras deve encerrar o programa ou criar novos mecanismos de controles para estas compras.

Em nota, a Petrobras afirmou que tomará todas as medidas legais cabíveis para reparação e compensação de donos, além de eventuais ações de improbidade administrativa. Se a auditoria do TCU comprovar as fraudes, os funcionários envolvidos podem perder os cargos e serem obrigados a ressarcir a Petrobras.

Fonte: Redação Jornal Terceira Via / Fantástico/

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