segunda-feira, 27 de junho de 2016

Agentes da Guarda e delegado falam sobre personalidade de Uenderson


Emprego fixo, funcionário exemplar, motorista do comandante da Guarda Municipal, pai de dois filhos pequenos, tranquilo e tímido. Frio, mentiroso e suspeito de ter tramado a morte da esposa e mãe de seus filhos, a analista judiciária Patrícia Manhães. Todas estas características podem definir o agente da Guarda Municipal de Campos Uenderson de Souza Mattos, segundo pessoas que conviveram com ele. A reportagem do Terceira Via conversou com um agente da Guarda - não identificado nesta matéria - e com o delegado titular da Delegacia de Guarus, Maurício Armond, responsável pelas investigações do caso. Os dois falaram sobre Uenderson. No dia da reconstituição do crime, um terceiro guarda revelou, no entanto, que Uenderson emprestava dinheiro a juros e colocava outro colega - o Genessi (também preso pelo mesmo homicídio) para cobrar as dívidas.

No Portal da Transparência de Campos, o cargo de Uenderson é descrito como auxiliar de segurança, com salário bruto de R$ 8.201 e líquido de R$ 6.134. Na prática, segundo colegas, ele era motorista do comandante, função que ocupou durante a gestão de Wellington Levino e Marcos Soares. Uenderson é descrito por colegas de trabalho como uma pessoa tranquila e acima de qualquer suspeita. Não se envolvia em confusões ou até mesmo em polêmicas e conversava pouco.
 “Ele quase sempre estava quieto, nunca o vi alterar a voz pra ninguém. Era meio brincalhão, mas tímido. Não era aquele cara que ficava se destacando em nada, não se envolvia em polêmica nenhuma, nem era proativo. Na nossa avaliação, para um guarda, pode-se dizer que ele era exemplar, porque fazia o trabalho dele e não tinha problemas. Não havia nada que o desqualificasse”, comentou um agente da Guarda.  

        O comportamento de Uenderson causou estranheza dos que o conheciam no dia da morte de sua esposa e no dia do enterro.

“Quando aconteceu o crime, muitos amigos foram ao hospital prestar solidariedade a ele por causa da morte da Patrícia. Na porta do hospital, ele não queria muito contato e estava bem reservado. Não queria conversa, não aceitou o abraço de ninguém. Várias pessoas tentaram chegar perto dele e ele teve uma rejeição. No velório, aconteceu a mesma coisa. Não o vimos chorar em momento algum. Vários amigos perceberam a frieza dele na hora do velório. Ninguém entendeu e achamos que ele estava chocado por ter perdido a esposa e ter que tomar conta dos filhos pequenos”, comentou o agente.

Para o delegado Maurício Armond, responsável pelas investigações e que conduziu a reconstituição do crime, Uenderson aparenta ser uma pessoa fria. “Esta é uma impressão pessoal que tive. Ele demonstra muita frieza e muita tranquilidade diante da situação que está passando. Das várias vezes que conversamos, ele caiu em contradição em inúmeras ocasiões, mas nunca se alterou. Parecia mais um jogo pra ele”, afirmou o delegado.

Atualmente Uenderson está preso no Presídio Diomedes Vinhosa Muniz, em Itaperuna. Foi neste presídio que aconteceu uma rebelião de presos na última segunda-feira (20). A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que ele ainda está no local, mas não deu mais detalhes. Já a Polícia Civil prepara o relatório final do inquérito da morte da esposa de Uenderson. O relatório será enviado para o Ministério Público (MP) e, em seguida, um processo judicial contra ele será aberto.  Fonte Jornal Terceira Via.              

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