quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Vereadores são presos em operação contra compra de votos em Campos




A Polícia Federal deflagrou mais uma operação na manhã desta quarta-feira (19), ainda sobre o benefício Cheque Cidadão. Os vereadores Ozéias e Miguelito foram presos hoje. De acordo com a PF, ao todo são nove mandados de prisão, oito de busca e apreensão e outro de condução coercitiva.

De acordo com a delegada federal Carla Melo Dolinski, a operação desta quarta é um desdobramento da “Vale Voto” e está rebatizada como “operação Chequinho”, pois assim os beneficiados se referiam ao benefício (Cheque Cidadão) concedido durante o período pré-eleitoral.  “Hoje foram cumpridos oito mandados de prisão, oito de busca e apreensão e um de condução coercitiva. Dois dos presos são vereadores reeleitos. Os demais presos são pessoas que agenciavam eleitores para inclusão no programa Cheque Cidadão. Os vereadores - não apenas os dois detidos- tinham lideranças nos seus bairros e arrecadavam documentos pessoais para o posterior cadastro dos eleitores sem o aval das assistentes sociais da secretaria responsável (Desenvolvimento Humano e Social). Especificamente os dois vereadores presos abordavam os eleitores pessoalmente. Em relação ao Ozeias e ao Miguelito há provas de que eles participaram pessoalmente das fraudes. Miguelito, por exemplo, chegou a receber cópias de documentos dos eleitores no seu próprio gabinete. Todas as 18 mil pessoas cadastradas a partir do dia 1º de junho desse ano não passaram pelos critérios que o programa requer”, afirmou a delegada.

A delegada ainda ressaltou que entre os eleitores cadastrados para serem beneficiados com o Cheque Cidadão havia até quem já está morto. “Este fato prova que o cadastro foi feito sem o menor critério. Simplesmente com o único objetivo da venda de voto”.

A operação "Vale Voto" aconteceu no dia 23 de setembro quando a então secretária de Desenvolvimento Humano e Social de Campos, Ana Alice Ribeiro, a coordenadora do Cheque Cidadão, Gisele Koch Soares, e outras oito pessoas que seriam ligadas ao vereador em exercício e candidato à reeleição para o cargo Ozéias, foram detidas e encaminhadas à sede da PF, em Campos.

Na época das prisões, o delegado federal Paulo Cassiano disse à imprensa que “durante a operação apreendeu uma lista com nomes de alguns beneficiários clandestinos. Essa lista fria traz nomes e CPFs de eleitores, além de nomes de candidatos aos quais esses votos seriam vendidos em troca do Cheque Cidadão. A secretária e a coordenadora foram presas porque são elas que autorizam a inclusão de beneficiários. Inclusão esta feita sem obedecer aos critérios, como por exemplo, estudo da real necessidade social”, informou o delegado.

Os vereadores presos serão encaminhados ao presidio Carlos Tinoco, em Campos, ainda nesta terça. A prisão será de cinco dias podendo ser prorrogada por mais cinco.  Os nomes dos demais presos a PF não informou. Mas, de acordo com o delegado Paulo Cassiano, com exceção dos vereadores, os demais suspeitos serão ouvidos e provavelmente liberados ainda nesta quarta.

Entre os 39 vereadores investigados pela Polícia Federal estão os que foram eleitos: Cecília Ribeiro Gomes, Jorge Rangel, Kellinho, Linda Mara, Magal, Miguelito, Ozeias, Roberto Pinto, Thiago Ferrugem, Thiago Virgílio e Vinícius Madureira. Fonte Terceira Via.

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