sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Jornalista campista é apontado pelo MP-RJ como “funcionário que recebeu mais dinheiro” de suposto esquema na Ceperj


 Em nova reportagem sobre o suposto esquema envolvendo a manutenção de cargos secretos na Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio), publicada nesta quinta-feira (4) pelo portal UOL, o jornalista campista Fabrício Manhães Cabral é apontado como “o funcionário que recebeu mais dinheiro” do órgão, no qual teria ingressado por indicação do vereador por Campos Helinho Nahim (Agir). De acordo com investigação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), ele teria movimentado R$ 122,8 mil somente nos primeiros sete meses deste ano. Os valores seriam relativos a funções em dois projetos distintos. Questionado pelo portal, Cabral, que atendeu à ligação do UOL como assessor de Nahim, não teria conseguido explicar suas funções.


A equipe de reportagem do Jornal Terceira Via tentou contato tanto com Cabral quanto com Nahim, mas não havia obtido retorno até a publicação desta reportagem. Tanto o jornalista quanto o vereador foram procurados tanto por meio de ligações quanto por aplicativos de mensagens instantâneas, mas não se posicionaram.


De acordo com a reportagem do UOL, Cabral admitiu que acumula funções em dois projetos ao mesmo tempo. Ele confirmou que foi indicado pelo vereador de Campos dos Goytacazes Helinho Nahim (Agir), aliado do líder do governo Cláudio Castro (PL) na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Rodrigo Bacellar (PL).


Cabral recebeu de janeiro a julho dois pagamentos por mês: um de R$ 8.849 e outro de R$ 8.700. De acordo com a planilha enviada pelo banco Bradesco ao MP, com exceção do último pagamento, de R$ 8.700, todo o restante foi sacado na boca do caixa, em dinheiro vivo.


A Fundação Ceperj afirmou em nota que Cabral é “superintendente de projetos”. “Ele não está vinculado a apenas um único [projeto], sendo responsável pela gestão de suas equipes”, disse o órgão.


A Ceperj disse ainda que o “prestador de serviços recebe de acordo com suas entregas, produção, nível de complexidade e responsabilidade de projetos” e que “não há impedimento legal para que ele participe de mais de um projeto, desde que tenha disponibilidade de horário”.


A Secretaria de Governo disse que desconhece a indicação do vereador Helinho Nahim.

Na ação que entrou contra a Ceperj, o MP-RJ aponta indícios de irregularidades no acúmulo de funções na Ceperj, por serem “atividades que haveriam de ser desempenhadas em caráter permanente, ao longo de todo o período de duração do projeto, e cuja execução demanda subordinação, carga horária semanal mínima, controle de frequência, e pagamento de remuneração mensal sistemática e contínua”. Fonte Jornal Terceira Via/(Foto: Reprodução/Facebook/Pop FM Campos)

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